Pretos, pardos e indígenas de escola pública terão bônus de 5% na Fuvest

A Universidade de São Paulo (USP) aprovou, nesta terça-feira (2), a instituição de um bônus de 5% na nota final da Fuvest para candidatos pretos, pardos e indígenas que tenham feito todo o ensino básico na rede pública. O bônus é uma das mudanças no Programa de Inclusão Social (Inclusp), criado para incentivar o acesso de estudantes de escolas públicas à instituição, aprovadas pelo Conselho Universitário da USP nesta terça.

Todas as alterações serão válidas já para a próxima edição do vestibular, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

O bônus da USP é uma alternativa ao programa de cotas proposto pelo governo do Estado de São Paulo, chamado Pimesp, que prevê reservar 50% das vagas para alunos de escolas públicas até 2016. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ainda discute a proposta, mas já anunciou que dobrou a bonificação aos alunos de escola pública e aos que atendem aos critérios raciais. A expectativa é chegar a 40% de inclusão no vestibular de 2014.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi a única a aderir ao Pimesp, mas com ressalvas. A instituição ainda pretende discutir a parte do programa que prevê a criação do "college", curso em que parte dos cotistas faria antes de ingressar, de fato, na universidade.

Pela mudança na USP, um candidato que se encaixe nestes dois requisitos --ter cursado o ensino básico em escola pública e ser preto, pardo ou indígena-- poderá receber até 25% a mais na nota do vestibular da Fuvest. Os demais bônus já existentes no Inclusp também foram ampliados (veja a tabela abaixo).

O Inclusp entrou em vigor em 2007. Na última edição da Fuvest, dos mais de 10 mil calouros que entraram na Universidade de São Paulo (USP)  neste ano, 28,5% estudaram em algum momento da vida em escola pública. A meta da Pró-Reitoria de Graduação, porém, é que, até 2018, 50% de todas as matrículas em cada curso e em cada turno sejam feitas por alunos da rede pública.

Dentro dessa cota, o objetivo é que o número de alunos pretos, pardos e indígenas seja equivalente à porcentagem da população preta, parda e indígena no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para isso, a pró-reitora de Graduação, Telma Zorn, propôs a ampliação de todas as três categorias de bônus do Inclusp e do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de São Paulo (Pasusp), além da criação de uma quarta categoria, com critérios sociais e raciais.

Curso de engenharia na USP Leste
Outra proposta aprovada pelo Conselho Universitário nesta terça foi a criação de um curso de engenharia no campus da Zona Leste, com 50 vagas e em tempo integral. A carreira estará disponível como opção para os candidatos da próxima edição da Fuvest. As inscrições para o vestibular começam no segundo semestre.

Além do curso de engenharia de computação com ênfase em sistemas corporativos, que será oferecido na USP Leste pela Escola Politécnica, a USP decidiu reformular o curso de ciências biológicas do campus de Ribeirão Preto e o de ciências físicas e moleculares, oferecido no campus de São Carlos.

Reforço escolar
A USP aprovou ainda a criação de um curso de reforço para o vestibular, com mil vagas destinadas a estudantes da rede pública que foram bem na Fuvest, mas não foram aprovados. Do total de vagas, 35% seriam reservadas a alunos pretos, pardos ou indígenas.

O curso terá duração de dez meses e ofereceria uma bolsa de R$ 300 por mês aos estudantes. Em caráter experimental, a primeira edição deve começar em agosto e durar cinco meses.

Também será feita uma ampliação do seu programa de Embaixadores USP, onde calouros da instituição oriundos de escola pública atuam como divulgadores da universidade e estimulam os estudantes de suas antigas escolas a se inscreverem na Fuvest. A proposta também pretende aumentar o número de locais de prova do vestibular.

 


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